quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sobre um tal metrô em Porto Alegre

Desde que essa história de metrô em Porto Alegre foi anunciada e confirmada que eu venho falando do absurdo que é. A começar pelo investimento: quase dois bilhões de reais. Sendo, desse valor, R$ 1 bilhão "doado" pelo governo federal. Dinheiro mais do que suficiente para: construir umas 3 escolas, reformar um hospital, comprar milhares de medicamentos ausentes no Sistema Único de Saúde (SUS), entre outras coisas.
Meu problema com o metrô não é apenas de cunho financeiro. Simplesmente não vejo necessidade dele. Pelo menos não no local onde o projeto será aplicado. Quem será beneficiado com um metrô que vai da Fiergs ao centro? Um número pequeno de pessoas que provavelmente trabalha na Fiergs. Outra questão é a segunda fase que envolve a aplicação do sistema ferroviário na Azenha. Vocês conseguem imaginar o caos que será uma obra subterrânea na Azenha? E se o projeto parar no meio, como tantos outros, o que farão essas pessoas que moram e trabalham no local? Vão falir a Azenha, uma das avenidas mais importantes da capital.
Sinceramente, vivemos em um país rodoviário. Ou melhor, infelizmente. Mas agora é tarde para mudar esse fato. Escavar ruas e avenidas para construir um metrô não é a solução mais plausível, muito menos a mais barata. Porto Alegre já experimentou de ideias absurdas como essa no passado. Quem é daqui sabe, e quem não é também já ouviu falar, do famoso aeromóvel. Até hoje apodrecendo ao lado do Gasômetro. Aliás, transporte esse, que recebeu R$ 29,9 milhões para ser reativado compondo uma ligação do trensurb com o aeroporto. Uma bagatela.
A prefeitura, o governo do estado e o federal deveriam sim investir em transporte. Porém, em transportes essenciais à nossa sociedade. Se somos rodoviários e não há espaço para mudar, por que não incentivar o sistema já existente? Por exemplo, a implementação de ônibus elétricos ou movidos a luz solar seria excelente. O próprio aumento da frota de ônibus e a realocação de linhas já tornaria nosso trânsito produtivo. Além disso, se vão investir no ferroviário, que seja em locais onde há defasagem de transporte; como na Ipiranga onde a falta de corredor propício atrapalha o trânsito de veículos, ou na zona sul que carece de ônibus de qualidade e até mesmo nas ligações interurbanas.
Tirem suas próprias conclusões, no entanto não reclamem quando as coisas não derem certo. A hora de se levantar contra esse projeto é agora.

Vídeo feito pela prefeitura para divulgação do novo metrô:

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